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Em Trânsito

Uma embriaguez acomete aquele que se desloca diariamente pelos subterrâneos das grandes cidades. Seja em São Paulo, Buenos Aires ou Berlim, no metrô o pensamento acelera, abre-se ao delírio, precipita-nos no vértice do tempo e da memória. Colado na janela, o olhar desperta uma série de correspondências, associações insuspeitas entre o real e o imaginário.
Lugar de passagens, o metrô opera um deslocamento que é tanto físico quanto mental. Nele, somos convidados ao devaneio, jogados numa espécie de embriaguez anamnésica que beira muitas vezes a vertigem. Desde 2016, tenho fotografado passageiros em trânsito nos metrôs, tentando capturar essas deambulações oníricas – dar forma visual a suas fantasias, extravagâncias, seus choques perceptivos.