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A Febre das Sombras

O poeta João Cabral de Melo Neto viveu apenas alguns anos em Sevilha. O suficiente para imortalizar a cidade em matéria plástica, em forma de poesia. Este ensaio presta homenagem ao poeta-arquiteto e à capital andaluz. “Qual o segredo de Sevilha?”,  pergunta João Cabral. “Saber existir nos extremos como levando dentro a brasa que se reacende a qualquer tempo”. Esse extremo, essa febre sem patologia, só se deixa apreender no jogo de luz e sombra, no contraste dilacerado das formas, que é a quintessência mesma de Sevilha. Essência da capital andaluz, mas também da fotografia. Pois ambas, se há de entender, são toda uma forma de ser: pedem menos a prosa que a poesia.